Por Ricardo Soares Bergonso
A partir de 26 de maio de 2025, empresas brasileiras enfrentarão uma nova responsabilidade legal: incluir a avaliação de riscos psicossociais como parte dos processos de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). Essa exigência está prevista na atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em agosto de 2024.
Ou as empresas cuidam da saúde mental, ou vão pagar o preço do adoecimento.
A saúde mental nas organizações deixou de ser um diferencial competitivo — agora é obrigação legal e uma necessidade humana urgente. E os dados não deixam dúvidas:
- 288.865 benefícios por incapacidade foram concedidos em 2023 por transtornos mentais e comportamentais, um aumento de 38% em relação a 2022.
- As empresas brasileiras perdem cerca de 400 bilhões de reais por ano com os impactos do adoecimento mental.
- Os transtornos mentais já são a terceira maior causa de afastamento do trabalho no Brasil.
Se por um lado usamos EPIs para proteger o corpo dos riscos físicos, por outro precisamos de estratégias eficazes para proteger a mente dos riscos emocionais, relacionais e organizacionais.
Por onde começar?
Implementar ações práticas e consistentes pode transformar o ambiente de trabalho e preservar vidas:
✅ Programas de apoio psicológico contínuos
✅ Treinamentos para lidar com estresse, ansiedade e pressão no ambiente corporativo
✅ Lideranças capacitadas para reconhecer sinais de sofrimento psíquico
✅ Cultura organizacional que valorize o equilíbrio emocional e o bem-estar coletivo
Cuidar da saúde mental não é custo — é investimento inteligente.
Ignorar essa realidade gera prejuízo em dobro: humano e financeiro.
A nova NR-1 é um marco, mas ela apenas formaliza algo que já é urgente há tempos: não existe produtividade sustentável sem saúde mental.